Entre tantas mulheres dessa etnia, vendendo seus
artefatos, seguindo-nos pelas ruas, conversando conosco, uma nos conquistou. O nome
dela é Pagê (escrevo como se fala, não sei como é a escrita em vietnamita). Ela
nos encontrou, na primeira vez, quando o Ricardo errou um caminho, e ela e suas
três amigas avisaram-nos que aquela rua não tinha saída. Paramos, elas fizeram
várias perguntas, tentaram vender algo, tiramos fotos e nos despedimos. Ela é
muito simpática e sorridente. Seguiu-nos várias vezes, memorizou mesmo nossos
rostos e, por algum motivo, nós também memorizamos o dela. Depois de um certo
tempo, como tínhamos saído de motocicleta para ver mais alguns vilarejos,
voltamos à cidade e ela nos achou novamente. Sempre insistia, mas sem ser
chata, para comprarmos algo. Eu já tinha comprado uma bolsinha de uma jovem
moça, e mãe de 4 filhos; e uma pulseira de uma senhora idosa.
Continuamos nosso tour e, ao final de tarde,
decidimos ir a um dos vários cafés charmosinhos. Então, quem encontramos de
novo? A sempre perseverante Pajé. Ela estava vendendo echarpes, todas com belas
cores. Mas agora o dinheiro local tinha acabado e estávamos só com dólares.
Prometemos que, depois do café, se ela ainda estivesse ali, compraríamos.
Demoramos um bom tempo no café, saboreando a comida, o local e a vista (ficamos
no segundo andar). Contudo, não pensávamos que a Pagê nos aguardaria.
Ao sairmos, já devia ser umas 18h30-19h e a Pagê nos esperava em pé e embaixo de chuva, com um sorriso tímido nos lábios. Como
dizer não? Eu, dessa vez, não pude. O Ricardo foi trocar o dinheiro e eu fiquei
com ela aguardando. Comprei a echarpe e ainda a coloquei sobre meus ombros para
tirar uma foto com ela. Uma foto especial, sem dúvida, que guardarei para
sempre. O rosto dela feliz por ter feito uma venda e sua mão estendida para me
agradecer são imagens tão gratificantes que não me esquecerei jamais. Ela, como
tantas outras, batalham muito para conseguir tão pouco dia após dia.
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